quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Hora de controlar os cassinos mundiais e os agiotas que operam o sistema financeiro brasileiro

Senado dos EUA aprova pacote de US$ 700 bi
De uma certa forma a UGT vê com alívio a aprovação pelo Senado norte-americano. Vamos aguardar, agora, a votação da Câmara. Interessante as restrições de ganhos aos operadores do verdadeiro cassino que se tornaram as bolsas dos países desenvolvidos. Bem diferente do Brasil, onde infelizmente somos obrigados a conviver e a suportar com a sangria destada causada em nossa economia pelos agiotas que atuam no sistema financeiro, com cobranças irresponsáveis de taxas bancárias, estabelecendo taxas de juros sem concorrência, onerando o setor produtivo e penalizando as economias dos trabalhadores brasileiros e da classe média.
Mesmo com a aprovação no Senado e na Câmara, a crise vai chegar no Brasil. Estamos no mesmo barco. E a economia mundial está unificada e interligada. Temos que estabelecer, cada vez mais, controle sobre os cassinos, seus operadores e seus agiotas.
Veja o texto: O Senado americano aprovou ontem por 75 votos a favor e 25 contra o projeto de lei que autoriza o pacote de US$ 700 bilhões para estabilizar o sistema financeiro. Agora o projeto precisa passar pela Câmara, que deve votá-lo até amanhã.
Após a votação, o presidente George Bush disse que a economia americana necessita que a Câmara aprove o plano de socorro financeiro. "O povo americano espera - e nossa economia precisa - que a Câmara de Representantes aprove este bom texto esta semana e o envie ao meu gabinete" para sanção.
"Não podemos nos arriscar a enfiar a economia americana e do mundo em um buraco. Esta não é uma crise em Wall Street, mas uma crise nos Estados Unidos - a economia americana precisa desse pacote de resgate", disse o candidato democrata à presidência, senador Barack Obama, em discurso antes da votação.
Apesar da aprovação do pacote pelo Senado americano, o resultado não animou os mercados da Ásia, que nas primeiras horas após a divulgação da notícia apresentavam queda.
O Senado incluiu no projeto de lei vários "agrados" aos republicanos, principais responsáveis pelo veto à primeira versão da lei. Na segunda-feira, a Câmara vetou o projeto, provocando caos na bolsa e nos mercados de crédito. O plano permite ao Tesouro usar até US$ 700 bilhões para comprar títulos podres e descongelar o mercado de crédito. Muitos congressistas consideraram suicídio político aprovar o pacote, porque o resgate dos bancos é altamente impopular entre eleitores, que o consideram "socorro para banqueiros". Mais de dois terços dos republicanos votaram contra.
Na tentativa de dobrar os republicanos, o novo projeto prevê mais de US$ 150 bilhões em incentivos fiscais a empresas. Entre as mudanças no texto, está o aumento no limite do seguro federal para contas correntes, de US$ 100 mil para US$ 250 mil, válido por um ano; a prorrogação de vários incentivos fiscais para empresas e mudanças em impostos. Essas eram reivindicações dos republicanos e podem ajudar a amolecer o bloco dos conservadores da Câmara. Mas as mesmas medidas podem desagradar a facção fiscalmente conservadora dos democratas, que se opõe à prorrogação dos incentivos fiscais sem encontrar fontes de receita proporcionais.
A primeira versão do pacote, apresentada pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson, tinha apenas 3 páginas. A versão rejeitada pela Câmara tinha 110 páginas e o projeto aprovado ontem no Senado tem mais de 450.
Mais informações no Estadão

Sebrae prevê 8,8 milhões de MPEs no País até 2015
Seria muito bom também que nas previsões do Sebrae constassem a redução da burocracia tanto para abrir como para fechar uma empresa no Brasil. Estima-se que demorem cerca de 150 dias, ou seja, 5 meses, para abrir uma empresa e de dois a três anos para fechar. Um absurdo que prejudica diretamente quem tenta ser empreendedor e gerar renda e emprego no País.
Veja o texto:
Em 2015 o número de micro e pequenas empresas (MPEs) passará dos atuais 5 milhões para 8,8 milhões. A projeção é da pesquisa Cenários para as MPEs 2009/2015, divulgada hoje pelo Observatório do Sebrae-SP. De acordo com o levantamento, a população brasileira em sete anos deve atingir 210 milhões, o que representa que o País terá uma pequena empresa a cada 24 habitantes, aproximando o Brasil dos índices europeus registrados em 2000, quando Alemanha, França e Reino Unido apresentavam, respectivamente, 23, 24 e 23 habitantes por empresa.
Segundo o levantamento, em 2015 mais da metade dos pequenos negócios do País (55%) estará concentrada no setor de comércio, seguido por serviços (34%) e indústria (11%). Os maiores índices de crescimento no comércio devem ser registrados no segmento de materiais e equipamentos para escritórios e informática (crescimento de 12,5% ao ano), comércio de autopeças (7,7% ao ano) e quitandas, avícolas e sacolões (7,1% ao ano).
Em serviços, liderarão informática (12% ao ano) e transporte terrestre e atividades auxiliares de intermediação financeira (ambos com 8,4% ao ano). Na indústria, o destaque será o ramo de fabricação de máquinas e equipamentos (7,5% ao ano), edição e gráfica (5,6% ao ano) e confecção de artigos do vestuário (5% ao ano), setores que historicamente vêm puxando o bom desempenho da indústria nos pequenos negócios.
Já na região metropolitana de São Paulo, assim como em outros grandes centros, a tendência é outra: a expectativa é de que o setor de serviços ultrapasse o comércio em 2015, com 717 mil pequenas empresas (47%), contra 665 mil estabelecimentos comerciais (44%) e 134 mil na indústria (9%). Os segmentos que puxarão este crescimento serão os de aluguel de veículos, máquinas e equipamentos (15,5% ao ano) e informática (14,8% ao ano).
Segundo o estudo do Sebrae, os ramos que representam oportunidades para empreender a partir de novas tendências na economia e na sociedade são educação online, lojas especializadas para população com mais de 60 anos, negócios voltados à saúde e centros de lazer e brinquedos, atendendo ao forte aumento de consumo das crianças.
De acordo com o superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, o crescimento da relação empresa/habitante no País se deve à estabilidade econômica, ao aumento da confiança institucional, ao crescimento econômico e à consolidação do ambiente democrático.
Mais informações no Estadão

Repasse do FAT ao BNDES aumenta 10,5% neste ano
Temos, de novo, que acompanhar de perto as aplicações dos recursos do FAT. Existem algumas prioridades inadiáveis como reciclagem de mão-de-obra, qualificação que fazem parte do DNA do FAT e que devem ser contemplados. Veja o texto e se mantenha em alerta:
Com transferências, vai a R$ 84,8 bi o total do patrimônio do fundo em poder do banco
Com o maior repasse, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, diz que não faltarão recursos para o financiamento de empresas
O FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador) ampliou em 10,5% o repasse de recursos para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) neste ano, elevando para R$ 84,8 bilhões o total do patrimônio do fundo nas mãos do banco de fomento. Em agosto de 2007, esse volume era de R$ 76,7 bilhões.
Levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego ainda aponta que, além do repasse que o FAT é obrigado a fazer ao BNDES (40% de sua receita), atualmente 53% do dinheiro destinado às instituições oficiais de crédito para programas de geração de emprego e renda estão no banco de desenvolvimento. Isso representa mais R$ 24, 8 bilhões do fundo no caixa do BNDES.
"Não faltarão recursos para o financiamento das empresas", afirmou o ministro Carlos Lupi (Trabalho), referindo-se ao aumento de repasses do FAT.
Segundo ele, a expectativa é que em 2009 o fundo possa destinar ainda mais recursos para garantir os investimentos das empresas via BNDES.
Os dados contábeis do FAT até agosto mostram que, neste ano, o fundo já conta com superávit operacional (inclui receitas e despesas financeiras) de R$ 4,8 bilhões. O valor está acima do registrado em 2007, quando o resultado ficou em R$ 2,9 bilhões. Essa "sobra" significa que o fundo terá mais recursos no ano que vem para financiar programas de desenvolvimento e geração de emprego e renda.
O número acumulado até agosto, destaca Lupi, é 49% superior ao registrado em igual período do ano passado. A melhora nas contas do FAT -que vinha estimando já para o ano que vem a possibilidade de déficit- é fruto do aumento da arrecadação do PIS/Pasep.
Esses tributos incidem sobre o faturamento das empresas e refletem a expansão da atividade econômica no país.
Mais informações na Folha

Estudo mostra que país está entre os menos competitivos
Como afirmamos no post anterior, a burocracia que mata as pequenas empresas, a falta de crédito, ainda controlado por verdadeiros agiotas do sistema financeiro nacional, a falta de investimento em qualificação de mão-de-obra impedem que sejamos competitivos. Temos que incentivar políticas públicas a favor do Brasil que dependem de atitudes patrióticas a favor dos brasileiros que trabalham, que geram renda e empregos.
Veja o texto: Diante dos sinais de que a crise financeira nos Estados Unidos deverá afetar o desempenho econômico do Brasil, o país precisa voltar a priorizar a realização de reformas estruturais para melhorar sua competitividade no mundo e evitar um contágio mais sério.
A conclusão é do diretor do Decomtec (Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho, que ontem apresentou o Índice Fiesp de Competitividade das Nações. De acordo com o estudo, o Brasil está entre os seis países menos competitivos, ocupando a 38ª posição na lista das 43 nações que representam 90% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial.
O estudo -referente a 2006- leva em consideração 83 variáveis quantitativas, como carga tributária, "spread" bancário, gasto em pesquisa e desenvolvimento, crédito ao setor privado e educação.
A carga tributária no Brasil, por exemplo, equivalia a 34,1% do PIB, enquanto os impostos nos 11 países mais competitivos representavam 29,7% do PIB.
Já o "spread" médio anual no Brasil chegava a 28,5%, contra 2,6% nos países com maior índice de competitividade.
O gasto com educação no país chegava a 3,9% do PIB. Nos seus concorrentes mais fortes, a 4,9%. "O Brasil está bem, pois pegou uma maré favorável. Mas, das reformas importantes, nós não fizemos nenhuma. Ocorre que não temos um projeto claro de desenvolvimento", afirma Roriz.
Mais informações na Folha

Crise representa riscos para o comércio mundial, admite OMC
Como já alertamos seguidamente (apesar do nosso otimismo) vai sobrar pra gente. É a consequência natural da globalização. Devemos, insisto, manter o otimismo e o realismo. E nos preparar para agir rapidamente na defesa de nossa economia, na preservação dos empregos e dos valores dos salários, pois assim protegemos o mercado interno e teremos condições de sair o mais rapidamente possível da crise, que virá, infelizmente.
Veja o texto: Para diretor da entidade, impacto 'com certeza' será negativo. Dinamismo dos emergentes pode compensar parte do problema, diz Lamy.
O diretor geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, admitiu nesta quarta-feira (1º) que a crise financeira pode ter um impacto negativo no comércio internacional, mas que o dinamismo dos países emergentes pode compensar parte do problema.
"Penso que há um risco pouco conhecido de que isto aconteça", disse Lamy à rádio francesa RTL, ao ser questionado sobre as conseqüências da crise para o comércio mundial. "Não sabemos muito bem qual será o impacto, mas com certeza será negativo".
"Se a economia americana e as economias européias forem afetadas, nos restam, graças a Deus, grandes motores de crescimento nos países emergentes", acrescentou.

Nenhum comentário: