quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Hoje, dependendo de quanto o Copom baixar os juros, teremos uma mudança na história econômica brasileira

Juros precisam de 'queda drástica' de 4 a 5 pontos, diz Ipea

(Postado por Moacyr Pereira) Agora, sim, temos a UGT na sua campanha a favor do corte drástico dos juros tem o apoio técnico de Márcio Pochmann, presidente do Ipea, que prega um corte entre quatro e cinco pontos percentuais. O grande problema é saber se o Banco Central, se Meirelles e Mantega, juntos, terão coragem para reduzir os juros nesta proporção. A UGT estará, hoje, à frente do Banco Central, na av. Paulista. Vamos preparados para a grande notícia que vai reverter o cenário económico brasileiro, com um corte radical nos juros. Mas, brasileiros e trabalhadores escaldados, tememos o de sempre: a panelinha do Copom, apoiadora inconteste da ciranda financeira, vai fazer um corte tímido nos juros e prejudicar, mais uma vez o Brasil, manter o círculo vicioso de cortes de vagas, como vocês podem ler neste blog, e exigir de nós cidadãos mais determinação ainda para exigir deste ou do futuro governo um compromisso sério com nossa economia, com nossa Nação e reduzir os juros a níveis aceitáveis. Chega de sermos os campeões dos juros altos.

Leia mais: Para presidente do instituto, medidas tomadas pelo governo brasileiro contra crise 'apenas evitam o pior'

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, ao comentar o documento divulgado nesta terça-feira, 20, sobre o comportamento da economia, afirmou que as taxas de juros "precisam de uma queda drástica, de 4 a 5 pontos" porcentuais. Na avaliação do presidente do Ipea, as medidas tomadas até agora pelo governo brasileiro para amenizar os efeitos da crise internacional "apenas evitam o pior".

Em entrevista, Pochmann afirmou várias vezes que o comunicado divulgado hoje pelo Ipea sobre possíveis repercussões da crise internacional no Brasil não faz "projeções" nem constrói "cenários" sobre o comportamento da economia. Ele antecipou que isso será feito na "Carta Conjuntura", a ser divulgada em março.

Segundo Pochmann, o documento do instituto - com três "exercícios de simulações" de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009 - de 4%, de 2,5% e de 1% - é "preliminar" e "antecipa estudos que estão sendo desenvolvidos."

Somente um crescimento de 4% em 2009 permitirá ao Brasil, segundo Pochmann, manter a trajetória de crescimento dos últimos anos. "Abaixo disso, o País não manterá essa trajetória de crescimento", disse. A afirmação, feita em entrevista, foi divulgada nesta tarde pela Assessoria de Imprensa do Ipea. (Leia mais no Estadão)

 Em dia de Copom, Lula discute redução de juros com bancos

Ideia, segundo fontes do governo, é fazer com que essas instituições públicas cortem os juros dos empréstimos

No dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) decide a Selic, a taxa básica de juros da economia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva  receberá nesta quarta-feira, 21, dirigentes de bancos públicos para uma conversa sobre taxa de juros. A ideia, segundo fontes do governo, é fazer com que essas instituições cortem os juros dos empréstimos, principalmente porque dados do Banco Central (BC) mostram que, apesar do esforço recente, esses bancos continuam com taxas semelhantes às dos bancos privados em muitas operações. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal apresentarão na reunião novas tabelas, com juros menores, que devem ser anunciadas amanhã mesmo, após a decisão sobre a Selic.

Em levantamento do BC feito entre os dias 31 de dezembro e 7 de janeiro, bancos públicos não aparecem com muita vantagem no ranking de juros. Essa situação tem gerado desconforto em parte do governo, principalmente no Ministério da Fazenda e no Palácio do Planalto.

A desvantagem é mais evidente nas linhas de crédito para as empresas. Em uma das operações mais usadas pelas companhias - o capital de giro prefixado -, o juro médio praticado pelo Banco do Brasil, por exemplo, está em 2,47% ao mês, maior que os do Itaú, Unibanco e Safra no período da pesquisa. Nessa mesma operação, a Caixa cobra 2,20%, mais que o norte-americano Citibank.

A situação é um pouco diferente nas operações para as famílias. Nesse segmento, os bancos públicos têm mais fôlego em empréstimos, como o crédito pessoal e têm taxas mais vantajosas que às da concorrência. Nesse financiamento, especificamente, Caixa e BB chegam a cobrar metade do juro de alguns dos concorrentes. Mas, no socorro mensal de muitos brasileiros - o cheque especial -, a vantagem não é tão grande. Para emprestar esse dinheiro, a Caixa cobra 6,73% ao mês - a menor taxa entre os grandes.

O BB, no entanto, cobra 8,14%, mais que o Bradesco e Safra e próximo do Itaú, que cobra 8,63%.

O vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores do BB, Aldo Luiz Mendes, diz que o levantamento não conseguiu captar todas as reduções de juros anunciadas pela instituição nos últimos três meses e que a taxa praticada já está mais baixa.

Desde novembro, o Banco do Brasil cortou os juros três vezes, sendo a última em 2 de janeiro, no meio do período da pesquisa. "E estamos aguardando o movimento do Copom para, eventualmente, ajustar novamente a tabela. Aguardando para ver a intensidade do ajuste", disse. Segundo fontes da Agência Estado, o banco federal está concluindo os cálculos, e a instituição trabalha com novas tabelas, que devem ser anunciadas após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic. Os cenários prevêem o corte de 0,50 ponto, 0,75 ponto e até 1 ponto porcentual.

Essas tabelas do BB devem ser apresentadas ao presidente Lula durante a reunião de amanhhã. Situação parecida acontece na Caixa. Na semana passada, o vice-presidente de Finanças do banco, Márcio Percival, disse que a instituição preparava pacote com taxas de juros mais baratas. Como o BB, a Caixa deve divulgar a nova tabela de acordo com a decisão do BC. (Mais informações no Estadão)

 

GM concede licença a 1.600 em São Caetano

Um dia depois do fim das férias coletivas na fábrica de São Caetano do Sul, a General Motors concedeu licença remunerada com prazo indeterminado para 1.633 dos cerca de 6.000 trabalhadores da linha de montagem da unidade.

Em nota, a montadora atribui a medida à "diminuição da atividade no setor automobilístico" e diz que as "previsões de vendas de veículos de porte médio no mercado interno para o primeiro trimestre de 2009 estão sendo revistas, como reflexo da crise financeira internacional". Em São Caetano, são produzidos os modelos Corsa, Vectra e Astra.

Com a medida, o terceiro turno da fábrica fica extinto, mas haverá desfalques também no primeiro e no segundo turnos, disse o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Franciso Nunes Rodrigues.

De acordo com ele, a GM convocou reunião extraordinária na noite de segunda com representantes dos trabalhadores. O sindicalista disse que a licença remunerada foi a forma encontrada para evitar dispensas, como aconteceu em São José dos Campos, em que 744 empregados foram desligados na semana passada.

"Inicialmente, eles queriam demitir, mas conseguimos chegar a um consenso e dar tempo hábil para ver se a economia reage. A situação é preocupante", disse Nunes.

Segundo ele, todos os 1.633 trabalhadores -que já tiveram o trabalho suspenso ontem- têm contrato por prazo determinado com vencimento a partir do dia 27 de fevereiro. A GM informou que "honrará os termos dos contratos de trabalho por prazo determinado firmados de cada um dos funcionários temporários até suas respectivas expirações".

O vice-presidente do sindicato dos metalúrgicos afirmou que, antes da crise, quando operava a pleno vapor, a fábrica produzia 1.200 carros por dia. Agora, passará a produzir 480 unidades. Em férias coletivas desde o dia 22 de dezembro, os trabalhadores retornaram na última segunda. (Leia mais na Folha)

 

Construção "popular" terá desoneração

Governo cortará imposto de construtora com projetos voltados para a baixa renda. Para reduzir os preços dos imóveis e reativar mercado, pacote também deverá modificar regras de registro, preços de cartórios e seguro

O governo incluirá no pacote habitacional que anunciará na próxima semana uma redução nos impostos cobrados das construtoras que tiverem projetos para a baixa renda.

O objetivo é baratear o preço final dos imóveis. Para isso, a equipe econômica estuda reduzir os tributos que são cobrados no regime especial a que as construtoras têm direto quando segregam a contabilidade dos empreendimentos individualmente.

Conhecido como patrimônio de afetação, esse mecanismo permite que as construtoras recolham 7% sobre o valor do empreendimento em substituição a IR (Imposto de Renda), CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e PIS/Cofins, contribuições que financiam a seguridade social.

O pacote também deve alterar regras de registro, preços de cartórios e seguro para baratear a venda desses imóveis. A área técnica do governo avalia o que é possível mudar na regulamentação que tenha impacto em preços. Nesse caso, não deve haver custo significativo nas contas do governo.

Em reunião da coordenação política do governo, ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou aos ministros que deverá fazer o anúncio das medidas na próxima semana.

Ele quer resolver dois problemas: garantir financiamento e possibilidade de compra de imóveis pela população de baixa renda e fazer com que as empresas contratem mais. Neste pacote habitacional, o governo não deverá ceder aos apelos das centrais sindicais de condicionar os benefícios à garantia de emprego. Isso porque, na visão do governo, a necessidade de aumento da mão-de-obra na construção civil virá em razão da demanda, que, espera-se, aumenta com o estímulo governamental. (Leia mais na Folha) 

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