terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Brasil precisa se recriar através de investimentos e ações concretas em Educação

País forma cada vez menos professores

A UGT se organiza, desde a sua fundação, para trazer a Educação para o centro das preocupações estratégicas do Brasil. Sem Educação não teremos desenvolvimento sustentado, muito menos distribuição de renda no País. Sem Educação, teremos apenas os discursos vazios pois as reformas estruturais que o Brasil precisa passam pela formação de seu povo. Ao participar do Fórum Social Mundial no Pará pudemos perceber as grandes contradições que nosso País vive. O povo do Pará é trabalhador, alegre, combativo. Mas é abandonado à própria sorte, sem condições adequadas ao próprio meio ambiente em que vive e que está em todos os discursos de ambientalistas do mundo. Temos que preservar a Amazónia, mas temos também que colocar no centro das questões os investimentos no seu povo e, destaco, principalmente, a Educação. Foi lá no Pará que tomei conhecimento dos alunos “jacaré”. Ou seja, jovens sem cadeiras ou carteiras escolares que são obrigados a deitar no chão para apoiar os cadernos durante as aulas. Um constrangimento sem igual para o Brasil, deixar nesta penúria o vigor de um povo que vive em cima de abundantes riquezas minerais, num ambiente maravilhoso e obrigado a se deitar no chão para assimilar uma educação de péssima qualidade, improvisada em escolas sem o mínimo de infra-estrutura, onde falta tudo, desde o material escolar a professores qualificados.

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Censo da Educação Superior mostra que as maiores quedas ocorreram nas áreas de letras, geografia, química e filosofia. Em números absolutos, foram 3,3 mil formandos a menos no período; redução na área ocorreu pelo segundo ano consecutivo.

Apesar da carência por professores de 5ª a 8ª série e ensino médio, o país sofreu pelo segundo ano consecutivo uma queda no número de universitários formados em cursos voltados a disciplinas específicas do magistério.

Em 2007, 70.507 pessoas formaram-se nessa área, 4,5% a menos que em 2006 e 9,3% a menos que em 2005, de acordo com o Censo do Ensino Superior, divulgado ontem pelo Ministério da Educação.

As maiores quedas de 2006 para 2007, entre as disciplinas obrigatórias, ocorreram em letras (-10%), geografia (-9%), química (-7%) e filosofia (-5%).

O dado apenas faz agravar uma situação que já é preocupante. Um estudo do próprio MEC aponta que há 300 mil pessoas dando aulas no país em áreas diferentes dais quais se formaram.

Exemplo: matemático que trabalha como professor de física ou historiador que dá aula de geografia.

Baixos salários — Pesquisadores da área de educação afirmam que a falta de interesse em ser professor ocorre principalmente em razão dos a baixos salários pagos no magistério e à pouca valorização social da carreira.

Até mesmo escolas tradicionais reclamam das dificuldades para contratar professor.

O colégio Bandeirantes, de São Paulo, por exemplo, afirma que precisou criar um programa para formar seus próprios ex-estudantes para as disciplinas mais críticas

 

Medidas — O ministro Fernando Haddad (Educação) reconhece o problema da falta de professores. Segundo ele, por conta disso, o governo federal tomou quatro medidas, no Plano de Desenvolvimento da Educação, para tentar reverter o quadro.

São elas a expansão das universidades federais, a criação de 28 institutos de educação tecnológica, que terão que reservar 20% do orçamento para a formação de docentes em áreas específicas, acordos com 19 Estados para a capacitação de 360 mil professores em instituições públicas e, finalmente, a bolsa de iniciação à docência (para alunos de graduação).

"[Até então] a bolsa de iniciação científica induzia estudante a optar por bacharelado ao invés da licenciatura", afirma o ministro da Educação.

O censo traz um dado animador no que trata do ensino infantil e dos primeiros quatro anos do fundamental (1ª a 4ª série). Aumentou em 6,8 %o número de formados em pedagogia. (Leia mais na Folha)

Vale acerta licença remunerada com 17,8 mil empregados

A Vale fechou hoje acordo de licença remunerada com o oitavo sindicato de funcionários, elevando para 17,8 mil o número de empregados que aceitaram os termos da proposta feita pela mineradora. A informação foi confirmada à Agência Estado pela empresa, que oferece licença remunerada com 50% do salário-base e o piso de R$ 856,00 previsto no Acordo Coletivo de Trabalho de 2007/2009. Além disso, se compromete a manter, até 31 de maio de 2009, os empregos de quem aceitar o acordo.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Belo Horizonte (STEFBH), David Elinde Silva, os mais de mil trabalhadores representados pela entidade julgaram a proposta positiva em assembleia, que teve a concordância de 97% dos presentes.

A Vale propôs a licença remunerada a todo o seu contingente de empregados próprios, de 37,8 mil pessoas, número que não considera a força de trabalho de controladas e coligadas. (Leia mais no Estadão)

Pacotes do governo animam construção

Apesar do cenário ainda incerto com os rumos dos negócios do mercado imobiliário, que espera um primeiro trimestre ainda morno em relação ao mesmo período do ano anterior, por conta do pacote habitacional que será lançado pelo governo este mês, de acordo com o diretor de Relações Capital-Trabalho do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Haruo Ishikawa, a avaliação de empresários da construção era de que, por enquanto, não existe crise de emprego no setor.

Conforme Ishikawa, as novas contratações devem ser retomadas provavelmente ainda este mês de fevereiro, tanto no mercado imobiliário quanto na área de infraestrutura. "Em 2009, o emprego no setor deve crescer de 5% a 6%", disse o diretor do Sinduscon-SP. (Leia mais no DCI)

Crise: mulher, jovem e negro são quem mais sofrem

Levantamento sobre corte de vagas nas grandes metrópoles do país foi feito pelo IBGE; mulheres representam 58,1% dos desocupados

Nas grandes metrópoles do Brasil, em tempos de crise, os maiores prejudicados com o desemprego são do sexo feminino, pretos ou pardos, jovens e com pelo menos o ensino médio completo, segundo dados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego) levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) por solicitação da Folha.

As mulheres representaram, na média de 2008, 58,1% dos desocupados. O percentual em dezembro, quando a crise já havia se instalado, era de 58,4%. Em 2003, ficara em 54,6%. Elas ganhavam cerca de 70% do salário dos homens.

Considerando a escolaridade, cresce a cada ano a parcela de desempregados com mais de 11 anos de estudo. Era de 39,9% em 2003. Em dezembro passado, o percentual era de 53,6%.

Já os pretos e pardos desempregados, segundo o IBGE, eram a maioria ao final de 2008 - 52,4% do 1,606 milhão de desocupados nas seis principais regiões metropolitanas em dezembro de 2008. (Leia mais na Folha online)

Auxílio maior para demitidos

Aumento do seguro-desemprego socorre trabalhadores dispensados com novos valores. Aqueles que deram entrada no benefício ou já estão recebendo também têm direito a parcelas corrigidas.

Trabalhadores com mais de seis meses de empresa demitidos a partir do último domingo serão socorridos com seguro-desemprego reajustado. Quem já deu entrada no processo demissionário também ganhará mais. Mesmo que alguma parcela já tenha sido paga, as próximas deverão vir corrigidas, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego.

A mudança no valor do auxílio acompanha a alta do salário mínimo, que passou de R$ 415 para R$ 465 no dia 1º deste mês (a ser pago a partir de março). Segundo estimativa do ministério, o valor médio do seguro-desemprego deverá subir de R$ 564,40 para R$ 632,40.

Para saber quanto têm a receber, trabalhadores devem fazer os cálculos com base nos três últimos salários pagos pela empresa (veja ao lado). O valor varia de acordo com a remuneração média do empregado. As faixas são para trabalhadores com salários até R$ 767,60, para média entre R$ 767,61 e R$ 1.279,46, e para salários acima de R$ 1.279,46. A quantia mínima da parcela do seguro-desemprego não pode ser inferior ao salário mínimo vigente e a máxima não passa de R$ 870,01.

A quantidade de parcelas depende do tempo de trabalho, não podendo ultrapassar o limite de cinco. Para se ter idéia, quem ficou no mínimo seis meses em uma empresa e no máximo 11 meses tem direito a receber três parcelas de auxílio. Empregados com um ano de carteira no mínimo e 23 meses no máximo ganham quatro parcelas. Para receber cinco parcelas, é preciso ter ficado dois anos no mínimo na mesma empresa. Todos os casos se referem aos últimos dois anos e meio trabalhados. (Leia mais em O Dia)

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