quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Buscar, agressivamente, alternativas que garantam emprego mesmo na crise

UGT inicia negociação para buscar estabilidade de dois anos

(Postado por Marcos Afonso de Oliveira) A UGT se reuniu ontem com uma grande rede varejista que emprega atualmente 1900 trabalhadores e com 170 lojas espalhadas pelo pais para a início da formatação de um acordo inédito nestes tempos de crise. A rede varejista quer firmar um acordo de estabilidade com os seus funcionários de dois anos e quer a ajuda institucional da UGT e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo para se buscar financiamento junto ao BNDES para a expansão da rede em mais 30 lojas, com a geração de mais 400 empregos.

O que motivou o presidente da rede a buscar essa negociação inédita no Brasil, especialmente nestes tempos de crise, é a situação de estrangulamento de crédito que os bancos estão fazendo não apenas com esta rede mas com outras prejudicando a expansão e até mesmo a sobrevivência e manutenção dos empregos.

Hoje, às 15 horas, a UGT tem uma audiência com o ministro Carlos Lupi, do Trabalho, para apresentar a proposta que a rede varejista nos apresentou. E, ao contrário dos setores que demitem para chantagear o governo para obter créditos subsidiados, vamos mostrar para o Governo Lula, através do ministro Lupi, que existem empresários que pensam no social, na manutenção e geração de empregos, e que precisam com urgência de acesso ao crédito.

Hoje acontece também aqui em Brasília o Fórum Unitário dos Comerciários na CNTC e vamos discutir o posicionamento dos comerciários do Brasil todo em relação à crise. Vamos aproveitar e aprofundar a questão do estrangulamento do crédito e buscar medidas para agilizar a oferta de crédito para as empresas que acreditam no Brasil e que querem crescer, gerar emprego e garantir os empregos de seus colaboradores.

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BNDES anuncia ampliação de linhas e mudança para crédito

Total emprestado em 2009 deve chegar a R$ 120 bilhões; no ano passado, volume foi de R$ 92,2 bilhões.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, anunciou nesta terça-feira, 10,  ampliação e mudanças em algumas linhas de financiamento da instituição. "As medidas têm por objetivo recompor o crédito e ajudar a economia a atravessar o fundo do poço", explicou. Ele destacou que há indicações de que a economia parou de piorar bem como as expectativas.

A primeira mudança anunciada por Coutinho foi no Programa Especial de Crédito (PEC-BNDES). Esta linha é para viabilizar capital de giro para as empresas. Uma das principais alterações foi a redução do custo financeiro básico, em 1,55 ponto porcentual. Dessa forma, o custo básico fica em 14,5% anuais quanto a operação é feita diretamente com o BNDES e em 15% ano quando feita na rede bancária.

Além do custo básico, as empresas pagam um prêmio vinculado ao seu nível de risco. A linha, que tinha vigência até 30 de junho de 2009, teve o prazo estendido para 31 de dezembro de 2009. O prazo das operações passou de 13 meses para 36 meses. O limite de crédito por beneficiário subiu de R$ 50 milhões para R$ 200 milhões. O BNDES também aceitará garantias além de fiança bancária, como recebíveis e penhor, entre outras. Segundo Coutinho, o BNDES já emprestou, por meio dessa linha, R$ 1 bilhão e tem mais R$ 5 bilhões disponíveis.

O presidente do BNDES explicou que não é o objetivo do banco trabalhar com capital de giro, mas neste momento, em razão dos impactos da crise no sistema financeiro, a atuação da instituição se faz necessária.

Coutinho também anunciou mudanças em uma linha de capital de giro vinculada a investimentos, que terá um custo mais elevado porque o funding será com os R$ 100 bilhões que serão repassados pelo Tesouro Nacional ao banco. Segundo ele, a linha fornece capital de giro em volume equivalente a 30% dos projetos de investimentos. Para ampliar o volume emprestado nesta linha, o BNDES está ampliando o conceito de recursos voltados para investimentos, como, por exemplo, importação. O custo será de 11,25% ao ano (8,75% do Tesouro mais 2,5%). Antes, era cobrada a TJLP, de 6,25% ao ano, mais 2,5%. "Aumentou o custo por que estamos com um funding relativamente mais caro", afirmou. (Leia mais no Estadão)

 

IBGE: queda do emprego reflete forte recuo da produção

O economista da coordenação de indústria do IBGE André Macedo observou que os resultados negativos do mercado de trabalho do setor industrial em dezembro refletem a forte perda de dinamismo na produção do setor no último trimestre do ano passado. Segundo ele, o emprego habitualmente responde com defasagem aos movimentos na atividade, mas como a perda no final do ano passado na produção foi muito intensa, não é possível saber ainda se os resultados na ocupação de dezembro são um "contágio final" ou se tendem a se aprofundar nos próximos meses.

Macedo explicou que, em termos setoriais, os segmentos que vinham puxando o emprego industrial em 2008 mostraram forte desaceleração nos resultados no final do ano. É o caso de veículos automotores, que em outubro ainda registrava um aumento de 7% no emprego ante igual mês de 2007, passou para uma alta de 4% em novembro e, por fim, para um aumento de 1,1% em dezembro.

Outro exemplo citado por Macedo é a produção de máquinas e equipamentos, que passou de uma alta de 8,4% em outubro para 2,7% em dezembro. Segundo ele, as atividades que já vinham registrando queda no emprego, como calçados e têxteis, mantiveram o ritmo de recuo sem alterações por causa da crise.

Segundo Macedo, a queda de 1,1% no emprego industrial em dezembro ante igual mês do ano anterior, o pior resultado desde janeiro de 2004 no total nacional, foi puxada por São Paulo, onde a ocupação recuou 0,8%, o primeiro resultado negativo nessa base de comparação desde abril de 2004. O economista do IBGE explica que "os setores que vinham sustentando os resultados positivos em São Paulo, como veículos automotores, mostraram perda de velocidade significativa". (Leia mais no Estadão)

 

Governo quer liberar FGTS e incentivar acordo trabalhista

Saque ajudaria trabalhador a reforçar renda perdida com reduções de jornada e salário. Demissões em janeiro preocupam Planalto, que também cogita reduzir tributos das empresas durante o prazo do acordo

 

Preocupado com o desemprego, que continuou subindo em janeiro, o governo já estuda uma forma de facilitar acordos coletivos com redução de jornada de trabalho e de salário. Além de avaliar a possibilidade de reduzir tributos sobre a folha de pessoal durante o prazo do acordo, a equipe econômica analisa permitir que o trabalhador possa sacar parte do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para complementar a renda perdida.

Com o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a proposta, próxima ao que defende a Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo), começou a ser discutida ontem à noite em reunião no Ministério da Fazenda.

Participaram os ministros Guido Mantega (Fazenda), Carlos Lupi (Trabalho) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência da República), além do assessor especial Bernard Appy, que coordena os estudos.

O governo já tem números preliminares indicando que o fechamento de postos de trabalho no mercado formal continuou em janeiro, apesar de os dados preliminares indicarem que foi menor que as 654 mil vagas fechadas em dezembro. Oficialmente, Lupi tem dito que a situação vai melhorar a partir de março, mas a queda registrada no nível de atividade da indústria no final do ano passado traz dúvidas a essa projeção.

A proposta em estudo no governo -que ainda precisará de aprovação de Lula- prevê que o governo reduza temporariamente tributos sobre a folha de pessoal, o que diminui o custo de produção. Em troca, apurou a Folha, as empresas beneficiadas pela medida devem se comprometer com a manutenção dos empregos. A CUT (Central Única dos Trabalhadores), ligada ao PT, já se manifestou contra essa medida.

No caso dos trabalhadores, a ideia é que parte do dinheiro depositado no FGTS possa ser sacada mensalmente, durante o acordo, para complementar a renda. A avaliação preliminar do governo é que esse tipo de mudança pode ser feito sem mudança na atual legislação trabalhista. O governo estuda ainda a ampliação no número de parcelas do seguro-desemprego, uma reivindicação das centrais sindicais. (Leia mais na Folha)

 

Classe média volta a se expandir, afirma FGV

A chamada classe média emergente segue em expansão nas seis principais metrópoles do país e passou a representar 53,8% da população em dezembro de 2008, segundo dados do Centro de Políticas Sociais da FGV (Fundação Getulio Vargas). Esse percentual era de 51,8% no mesmo período de 2007.

A participação da classe C subiu num ano em que o rendimento nas maiores metrópoles cresceu 3,4%, impulsionada especialmente pelo reajuste do salário mínimo.

A FGV constatou ainda uma expansão das classes de renda mais elevada, as A e B, cuja participação subiu de 14,76% da população em dezembro de 2007 para 15,33% em dezembro de 2008.

Houve, desse modo, uma migração de pessoas que estavam nas classes de renda mais baixa para as de rendimento mais alto, com o consequente encolhimento das classes D e E.

"O ano de 2008 foi brilhante, excepcionalmente bom. (Mais informações na Folha)

Diferença entre pacote de tarifas bancárias chega a 204%

A desatenção na hora de contratar o pacote de serviços da conta corrente pode representar um gasto três vezes maior do que o necessário com tarifas bancárias. A conclusão é de pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), com dez bancos (Caixa Econômica, Banrisul, Itaú, Nossa Caixa, Santander, Bradesco, Banco do Brasil, Unibanco, Real e HSBC). Como mostra reportagem de Luciana Casemiro, publicada nesta terça-feira, com exceção da Caixa, é mais econômico aderir aos serviços essenciais gratuitos, garantidos pela resolução 3.518/2007, do Banco Central, e pagar, avulso, por transferência para outro banco (DOC) e o recadastramento de dados, do que aderir a pacote com esses itens inclusos. (Leia mais em O Globo)

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