quarta-feira, 17 de março de 2010

Brasil precisa abaixar, hoje, a taxa Selic

Reduzir a taxa Selic

Hoje, para a UGT, é dia de vigília. Estamos atentos e esperançosos que o Comitê de Política Monetária reduza a taxa Selic na sua reunião de hoje. O Brasil e os trabalhadores brasileiros não aguentam mais esta sangria nos recursos que poderiam ser investidos em Educação, infra-estrutura, Saúde e desenvolvimento sustentado. Queremos ser campeões mundiais no futebol, não nas taxas de juros como acontece atualmente. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

Brasil continua no topo do ranking mundial do juro real

Mesmo que a taxa Selic permaneça em 8,75% ao ano, País manterá a 1ª posição, seguido pela Indonésia e pela China

Independentemente de qual será a decisão desta quarta, 17, do Comitê de Política Monetária (Copom), o Brasil vai permanecer na liderança do ranking mundial do juro real, medida que desconta da taxa básica a inflação projetada para os 12 meses seguintes. Se a Selic for mantida em 8,75% ao ano, o juro real, segundo a UpTrend Consultoria, continuará em 4% ao ano, ante 2,6% da Indonésia e 2,5% da China.

Se a taxa Selic for elevada em 0,25 ponto porcentual, a taxa real vai a 4,2%. Se houver uma alta de 0,50 ponto, o juro real subirá para 4,5% ao ano.

Na lanterna do levantamento está a Índia, com uma taxa negativa de 11,2% ao ano. Isso significa que um investidor que aplica dinheiro em títulos públicos do país tem uma rentabilidade inferior à inflação. Nos Estados Unidos, a taxa real também está negativa: 2,4%. O objetivo dessa política é estimular a atividade econômica por meio da expansão do consumo das famílias.

No auge da crise, a maioria dos países relaxou a política monetária para combater os efeitos da desaceleração global. No Brasil, a taxa saiu de 13,75% ao ano no fim de 2008 para o nível atual.

Apostas — Hoje, há praticamente consenso entre economistas e analistas de mercado de que a Selic terá de ser elevada. A maioria dos especialistas avalia que o Banco Central (BC) iniciará esse movimento em abril, mas muitos esperam uma alta na reunião do Copom que termina nesta quarta.

"Nossa projeção é de manutenção da atual taxa Selic, baseada em uma inflação sazonal e pontual, de uma atividade econômica que não está exatamente próxima da sua capacidade máxima e de um cenário cambial favorável às importações, com a retomada da valorização do real frente ao dólar", afirmaram, em nota, os economistas da UpTrade que fizeram o levantamento.

O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, também aposta na primeira elevação só em abril. "Alguns analistas têm dito que, já que o Copom vai subir o juro em algum momento, é melhor que faça logo. Oras, é o mesmo que tirar antes da hora da UTI um paciente que os médicos sabem que está melhor", compara.

O analista-chefe da XP Investimentos, Rossano Oltramari, também espera uma mudança da taxa só no mês que vem. (Estadao)

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Estudo do Idec aponta falta de clareza dos bancos

Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) com os dez maiores bancos do País registrou irregularidades em relação ao é que exigido pelo Código de Defesa do Consumidor e pelas leis e resoluções que regulamentam o setor. Durante um ano, os pesquisadores do instituto mantiveram contas nos bancos com mais de um milhão de clientes, localizados na zona oeste da cidade de São Paulo. As instituições financeiras avaliadas foram Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Santander e Unibanco.
O índice médio de desempenho dos bancos, que tiveram suas práticas bancárias, contratos de abertura de contas e de concessão de crédito avaliados, foi de 55%. O Real e o Santander apresentaram o pior índice, de 38%.
Segundo o estudo, nenhum dos bancos em questão foi claro com o cliente no momento da abertura da conta, ao detalhar o pacote contratado, informando os valores de cada tarifa - um direito garantido pelo Código de Defesa do Consumidor, de acordo com o Idec.
Na análise dos contratos de abertura das contas, HSBC, Real, Santander e Unibanco ficaram de fora, pois não forneceram os documentos, enquanto nos demais bancos foram encontradas diversas irregularidades, de acordo com o Idec. O Itaú registrou o pior desempenho (13%), enquanto a Caixa e o Bradesco obtiveram o melhor (50%).
Com relação aos contratos de crédito, apenas seis bancos foram avaliados, dado que Banco do Brasil, Banrisul e Real não forneceram o documento, e o HSBC não concedeu o crédito. Santander e Unibanco tiveram o pior índice (zero). Bradesco, Caixa e Itaú, o melhor (43%).
O resultado do estudo foi enviado aos bancos e ao Banco Central, que não se manifestou. (Estadao)

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Petrobrás faz descoberta na Bacia de Sergipe

Volume de óleo economicamente recuperável é estimado em 15 milhões de barris

A Petrobrás anunciou nesta terça-feira, 16, uma descoberta de óleo leve na área de Piranema, na Bacia de Sergipe. Conforme comunicado da companhia, o volume de óleo economicamente recuperável é estimado em 15 milhões de barris. "A descoberta será objeto de avaliações adicionais para melhor entendimento do reservatório e perfuração de um segundo poço produtor", segundo a nota.

A descoberta do óleo leve, de 44 graus API, ocorreu em reservatórios areníticos do pós-sal, a 2.693 metros de profundidade, após conclusão da perfuração do poço exploratório 3-PRM-12-SES. O poço fica no extremo norte da área de concessão de produção de Piranema, a cerca de 28 km do litoral de Sergipe, em lâmina d'água de 800 metros.

A maior parte do óleo encontrado no Brasil é pesado, abaixo de 20 graus API, de menor valor comercial por ser mais difícil de refinar. O Brasil normalmente importa óleo leve para ser misturado ao pesado no processo de refino. As novas reservas do pré-sal, no entanto, possuem óleo médio, como Tupi, de 28 graus API.

A Petrobrás afirma estudar a possibilidade de interligar o poço à plataforma de produção que já opera em Piranema, aproveitando assim a infraestrutura de produção e escoamento instalada na área. No final do mês passado, a estatal informou ter realizado duas descobertas na bacia de Campos, em um volume total recuperável estimado em 65 milhões de barris. (AE)

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BNDES muda microcrédito para duplicar desembolsos

O BNDES anunciou mudanças em seu programa de microcrédito, com o objetivo de duplicar o volume de desembolsos e expandir em 50% o valor da carteira em dois anos, de R$ 80 milhões para R$ 120 milhões.
Entre as mudanças, o valor mínimo de financiamento para instituições repassadoras para o microempreendedor foi reduzido de R$ 1 milhão para R$ 500 mil, o que credencia maior número de empresas a atuarem no setor, aumentando o alcance do programa, conforme divulgou o banco.
O prazo de carência foi ampliado de 24 para 36 meses, no caso de operações de 1º piso -aquelas em que os empréstimos ocorrem diretamente ao microempreendedor-; e para 60 meses nas operações de 2º piso -em que instituições de crédito de maior porte (cooperativas centrais, bancos cooperativos ou comerciais e agências de fomento) repassam recursos a instituições credenciadas a oferecer microcrédito ao tomador final.
Segundo o BNDES, a medida garante mais estabilidade e segurança na oferta de crédito aos agentes repassadores dos empréstimos.
O banco anunciou a simplificação dos procedimentos internos, a fim de reduzir o tempo entre o pedido de financiamento e a liberação de recursos. Segundo o BNDES, foram implementadas melhorias na metodologia e na análise de risco de crédito das instituições repassadoras, o que resultou que instituições que emprestam fossem autorizadas a elevar seu endividamento e com isso oferecer mais recursos a mais tomadores. (Folha)

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Legalização dos bingos é a maior prioridade na Câmara

Os líderes dos partidos definiram ontem a pauta de votações das próximas duas semanas na Câmara dos Deputados. Dentre os 15 projetos considerados prioritários que devem entrar na pauta está o que libera os bingos. A Associação Brasileira dos Bingos estima a criação de 250 mil postos de trabalho com a reabertura de 1,5 mil casas. Os adversários afirmam que a proposta incentiva a lavagem de dinheiro e o crime organizado.

Durante a reunião de líderes, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), propôs que os recursos provenientes das taxas sobre os bingos sejam administrados pela Caixa Econômica Federal (CEF). Recebeu apoio do colégio de líderes. O líder do PSDB João Almeida (BA), no entanto, alertou para o fato de que seu partido não aceitará votar o projeto sem discuti-lo.

"Não dá para votar sobre a matéria às 11 da noite; é preciso debate e posições claras quanto à proposta, e numa situação destas, tarde da noite, não vamos aceitá-lo na pauta", disse. Além do PSDB, DEM, PPS e PSOL são contrários à proposta. Mas, para o líder da minoria, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), isso não impede a votação, e ele não prevê que haja obstrução.

Fortes investimentos — Segundo projeções das entidades representativas do bingo, a reabertura das casas movimentaria cerca de R$ 27 bilhões. Antes em baixa na bolsa de apostas da Câmara, o projeto que regulamenta o bingo tomou a dianteira de várias outras matérias, como a proposta de emenda à Constituição que amplia a licença-maternidade para seis meses.

A razão da pressa, segundo parlamentares, tanto do governo quanto da oposição, é a pressão exercida por entidades sindicais. "Apenas dois países no mundo não têm bingo. Se você regulamenta, acaba a bandalheira", aposta o presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).

Projetos — A proposta que libera os bingos no País é o substitutivo do deputado João Dado (PDT-SP) a oito projetos. Um deles, de autoria do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), proibia os bingos em todo o território nacional. No texto que vai a votação foi incluída uma emenda do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) que inclui as instituições religiosas dentre aquelas das quais os jogos devem distar fisicamente pelo menos 500 metros, além de escolas. (DCI)

O projeto de lei que legaliza os bingos estabelece a fiscalização compartilhada das casas pela Receita Federal e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), com sistema informatizado. A receita seria fatiada entre os donos dos bingos (21,72%), prêmios para os jogadores (53,84%) e tributos e impostos (24,44%). Do valor destinado ao governo federal, cerca de 17% seriam destinados, obrigatoriamente, à saúde, ao esporte e à cultura.

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