segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

UGT se mantém antenada com as tendências mundiais para melhorar o foco de suas estratégias a favor da classe trabalhadora brasileira

UGT participa de reunião com FMI e Banco Mundial

(Na foto, Ricardo Patah, presidente da UGT, Dominique Strauss-Kahn, diretor-presidente do FMI e John Fernandes)

Depois de três dias de um debate intenso, em Washington, a UGT (representada por mim, Ricardo Patah, e John Fernandes) teve a oportunidade de discutir e interferir nos debates que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional realiza uma vez por ano com as principais lideranças mundiais de trabalhadores.

A crise mundial que por enquanto teve poucos reflexos no Brasil ainda foi o tema predominante. John Fernandes está preparando um relatório que será apresentado e discutido com a direção da UGT para ajustar as estratégias da entidade frente aos desafios em nossa economia, especialmente, no tocando à politica de juros (os mais altos do mundo) e a valorização do Real. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

SP ganha praça de cara nova em seu aniversário
Marechal Deodoro, no centro da cidade, terá parquinho novo e flores. Reforma, que começou em janeiro, terminará na terça-feira; sindicato vai cuidar do local, que já conta com um vigia.
A praça Marechal Deodoro, em frente à estação de metrô homônima, no centro da cidade, foi reformada e vai ser inaugurada com cara nova no dia do aniversário dos 457 anos da cidade de São Paulo, nesta terça.
Ela ganhou flores, um gramado, nova iluminação, sua calçada foi ampliada e pintada e um parquinho novo está sendo construído.
Além disso, foram colocadas quatro estátuas de bronze, em tamanho natural, de um gari, um jardineiro, uma copeira e uma auxiliar de limpeza -profissionais representados pelo Siemaco, o sindicato dos trabalhadores de limpeza.
O órgão assinou um termo de cooperação com a prefeitura e passará a zelar pelo local, onde já colocou um vigia por 24 horas.
"Queremos homenagear os trabalhadores de nossa categoria com a colocação das peças do monumento e colaborar com a revitalização da praça, proporcionando aos moradores e ao comércio local mais lazer, beleza e segurança", diz José Moacyr Pereira, presidente do Siemaco.
A reforma começou em janeiro e terminará a tempo da festa de inauguração, às 15h do dia 25. Haverá pula-pula e apresentação de coral. (Folha)

Classe C vai mudar o Brasil
A CLASSE C FOI o grande xodó da economia em 2010. Se mantiver ao menos parte do crescimento de seu poder aquisitivo, irá influenciar, definitivamente, as relações de consumo.
As famílias com renda entre R$ 1.530 e R$ 5.100 já representam mais da metade dos brasileiros e respondem por quase 42% do que é consumido no Brasil.
Isso é muito bom para todos.
É fundamental, contudo, que todas as instâncias do poder público que lidam com direitos do consumidor modifiquem drasticamente seu modo de agir.
As agências reguladoras, por exemplo, terão responsabilidade crescente no respeito aos direitos desses consumidores. Cada vez que arbitrarem em favor exclusivo de empresas, prejudicarão milhões de brasileiros que chegarem aos mercados de telefonia, energia elétrica, aviação civil, combustíveis, transportes etc.
Industriais e lojistas deverão aprender, e rapidamente, a oferecer produtos mais baratos, mas de qualidade e com serviços que respeitem o Código de Defesa do Consumidor.
Os investimentos em educação para o consumo consciente deverão ser ampliados para que o poder aquisitivo seja acompanhado de conhecimento das intrincadas vinculações entre compras, ambiente e cidadania.
O Banco Central terá de ser mais vigilante acerca de abusos na concessão de empréstimos, para que esses brasileiros não fiquem à mercê da agiotagem disfarçada sob o crédito sem exigência de comprovação de renda.
É preciso construir imóveis cujas prestações caibam no bolso de milhões de famílias, para reduzir o imoral deficit habitacional.
Todas essas necessidades ainda não atendidas significam mais mercado, investimentos, empregos e geração de renda. Que poderão retirar milhões de brasileiros da pobreza absoluta. Um círculo integralmente virtuoso.
Louvar, portanto, a ascensão social é fácil, mas os novos consumidores de classe média merecem muito mais do que isso.
Um dos nós mais apertados que devem ser desatados é o atendimento pós-venda, quando o cliente precisa reclamar, trocar ou exigir a entrega de um produto. Aí, realmente, estamos muito mal.
Embora os canais de contato se multipliquem, com atendimento pela internet, on-line, telefone, e-mail, as respostas continuam padronizadas. As soluções demoram, enroladas na burocracia e no desrespeito aos direitos mais básicos.
Dentre eles, o de pagar e receber exatamente aquilo que foi adquirido, no prazo combinado.
Há outras questões importantes a discutir, de ordem político-econômica, como a estúpida e irracional carga tributária, que nunca sacia sua voracidade. Um marco desse avanço no bolso dos brasileiros é a falta de correção da tabela do Imposto de Renda, que provoca perdas proporcionais muito maiores na classe C.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, afirmou em seu discurso de posse que uma de suas metas é a classe C consumir mais.
É uma visão positiva, que deve se concretizar por meio de medidas para que o aumento da renda, sua distribuição mais equânime e o maior poder de compra sejam acompanhados por uma mudança cultural profunda.
Ou seja, de uma relação mais transparente e digna entre fabricante, lojista e clientes. A proibição judicial da divulgação de testes comparativos de produtos, por exemplo, que já ocorreu várias vezes no Brasil, não pode se repetir.
Os novos clientes podem ajudar o Brasil a crescer de maneira sustentada, com mais justiça social. Temos que aproveitar este momento positivo para também aperfeiçoar as relações de consumo.
Não se esqueçam, detentores do poder, que os integrantes da nova classe média votam, e que vão aprender cada vez mais a defender seus direitos.
É melhor para todos os brasileiros que as mudanças ocorram por inteligência e respeito à lei. Um país só é realmente desenvolvido quando os direitos não precisam ser cobrados a cada segundo. Vale o que está escrito. Ainda chegaremos lá. (Folha) — por MARIA INÊS DOLCI, 54, advogada formada pela USP com especialização em business, é especialista em direito do consumidor e coordenadora institucional da ProTeste Associação de Consumidores.

Altos salários de volta a Wall Street: Grandes bancos aumentam remuneração de executivos de primeiro escalão

O diretor executivo do Citigroup, Vikram S. Pandit, depois de quase dois anos recebendo apenas US$ 1 enquanto tentava colocar o banco de volta nos trilhos, deve receber US$ 1,75 milhão , segundo decisão do banco na sexta-feira. O Morgan Stanley anunciou uma parte da remuneração de James P. Gorman. No seu primeiro ano como diretor executivo, Gorman vai receber menos do que os US$ 15 milhões que levou para casa em 2009, quando era copresidente do banco, afirma fonte próxima.

Outros bancos de Wall Street - incluindo o Goldman Sachs e o Bank of America - ainda deverão divulgar os salários dos seus executivos do alto escalão. O JP Morgan Chase anunciou a remuneração de alguns executivos sênior, mas não aprovou ainda o pacote de benefícios para seu chairman e diretor executivo Jamie Dimon. Jamie deverá receber a mesma remuneração, ou talvez mais, do que os US$ 17,5 milhões de 2009, um dos mais altos salários entre os executivos de Wall Street. A decisão ainda não foi tomada. Mas o JPMorgan teve um ano excepcional - 2010 foi o ano mais lucrativo na história do banco - e quatro lugares tenentes de Jamie Dimon já foram recompensados com ações no valor de US$ 10 milhões cada um.

Dois anos após a crise financeira, os lucros contabilizados por Wall Street - e os grandes salários - parecem estar de volta. Mas o alvoroço público contra os generosos pacotes salariais pagos pelos bancos a seus executivos, mesmo depois de receberem ajuda financeira do governo, não se acalmou. Os bancos ainda procuram equilibrar a necessidade de atrair executivos e traders estrelados com as exigências dos órgãos reguladores para que seus programas de remuneração não criem risco excessivo. Mas passou um pouco a suscetibilidade dos legisladores e do público em geral, que ficaram irritados ao saber das remunerações generosas que estavam sendo pagas, enquanto muitos perdiam casas e empregos. (Estado)

Classe C gasta mais que ricos em beleza

A classe C já supera as classes A e B na soma total de gastos no setor de higiene e cuidados pessoais. Dos R$ 43,4 bilhões desembolsados na compra de produtos e serviços dessas categorias no ano passado, R$ 19,8 bilhões saíram do bolso dessa nova classe média, composta por cerca de 95 milhões de brasileiros. Essa soma de recursos equivale a 45,6% do gasto geral - quase a metade do montante desembolsado, segundo levantamento obtido pelo Valor com a consultoria Data Popular.

Nos últimos oito anos, o grupo de consumidores da classe C ampliou em 8,2 vezes os gastos com esses produtos. Esse ritmo de expansão é próximo ao dobro da média verificada em todas as camadas sociais no intervalo analisado

No topo da pirâmide, as classes A e B gastaram R$ 15,9 bilhões em 2010, volume que representou 36,6% da soma movimentada no mercado. Segundo o estudo, no ano de 2002, a taxa era maior: 54% do volume vendido nesses segmentos atendiam aos mais endinheirados - logo, uma queda de quase 20 pontos percentuais.

A diminuição não teve relação com queda nos gastos. Esse grupo de pessoas está comprando mais do que no passado (veja quadro acima). É que o ritmo de crescimento no volume de compras da classe C foi tão acelerado que, no bolo total, os mais ricos perderam participação.

Importante destacar que, nas classes emergentes, a alta na participação nas despesas do setor também foi de quase 20 pontos (a mesma perda verificada das classes A e B). A taxa pulou de 26,7% para 45,6% entre 2002 e 2010.

"Aconteceu uma virada nos últimos dois anos, quando a liderança da classe C nas vendas se consolidou nesse área", diz Renato Meirelles, sócio do Data Popular. Expansão na renda e na geração de emprego ajuda a explicar essa elevação, assim como o maior acesso ao crédito, visto que o varejo de higiene e cosméticos começou a oferecer parcelamento ao cliente nos últimos anos. Mas pesou nessa conta o fato de os consumidores terem passado a comprar mais itens com frequência maior, e de produtos que antes não consumiam. O pós-xampu e a máscara de tratamento para o cabelo, por exemplo, fazem parte das compras da classe emergente há poucos anos, segundo pesquisa da Kantar Worldpanel.

Além disso, o volume elevado de lançamentos, com a entrada de novas marcas de diferentes preços - a indústria lança por dia 20 novos produtos, segundo a Abihpec, entidade setorial - também contribuiu para esse desempenho. Há 14 anos consecutivos o setor de higiene pessoal e cosméticos registra alta anual de dois dígitos no país.

Na avaliação dos especialistas, não se trata de um aumento de compra de supérfluos pela nova classe média. "Isso é um mito", diz Fabio Mariano, professor do Núcleo de Ciências do Consumo Aplicadas da ESPM. "Esse é um consumo que vai muito além de vaidade, pois trata-se de uma estratégia de sociabilidade, de integração, afirma ele. "O que existe é uma demanda em que se consome algo como meio e não como fim. Ele [o consumidor da classe C] compra um creme para se apresentar melhor e conseguir um bom emprego. Já para a classe alta, a compra é um fim em si mesmo", completa Meirelles, do Data Popular. Os dados da pesquisa foram elaborados pela consultoria com base nos resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE.

Se o atual cenário se mantiver, com fortes investimentos em produtos e manutenção dos ganhos de renda, empresários do setor acreditam que as classes emergentes continuarão a ganhar peso nas vendas. "Ainda há muitos mercados mal explorados. Em cabelos, por exemplo, pelo menos 70% da população tem cabelos cacheados ou afro, e a oferta de produtos de alta qualidade ainda é reduzida. Esse é só o começo ", diz Claudio Linhares, diretor da Helcla Cosméticos, com oito marcas no mercado. (Valor)

Nenhum comentário: